Pesquisa histórica revela que um cientista pode ser tão brilhante em um laboratório como devoto em uma igreja
A polêmica entre fé e ciência, fé e razão, e a pergunta “Um cientista pode acreditar em Deus?”, na verdade, são fictícias. A fé e a razão caminham juntas, uma precisa da outra e elas se complementam: isso é o que o engenheiro mexicano Jesús Hernández quis provar com seu paciente estudo.
Para chegar a Deus, não é preciso ser cientista; tal descoberta está ao alcance de todos, mas, sem dúvida, a opinião das grandes mentes tem peso e influência.
A pesquisa de Hernández foi feita com cientistas a partir do século IX, por estar próximo da época moderna, ainda que nos séculos anteriores houve muitos e renomados cientistas crentes.
O estudo está centrado nas ciências exatas (física, química, astronomia, matemática) e não inclui os grandes humanistas (história, filosofia, letras, psicologia), por questões de delimitação – ainda que sejam igualmente cientistas.
O autor não incluiu na lista os cientistas considerados crentes, mas dos quais não se encontrou constância da sua fé – portanto, a lista real é mais extensa.
Por outro lado, ele se concentrou nas três grandes religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo.
Esta lista não pretende provar que não existem cientistas ateus, muito pelo contrário: quer provar que existem cientistas crentes.
Certamente, há cientistas ateus, ainda que poucos – e chegam ao nível de prestígio científico alcançado pelos seus colegas crentes. Os grandes gênios cientistas foram crentes: Newton, Galileu, Kepler, Pasteur, Boyle, Lavoisier, Leibnitz etc.
O resultado da lista é o seguinte:
Católicos (leigos e clérigos): 91
Cristãos não católicos: 90
Outros cristãos: 6
Muçulmanos: 13
Judeus: 8
O autor elaborou uma pequena ficha biográfica de cada um desses 208 cientistas.
O próprio Hernández nos narra como surgiu a ideia de elaborar esta “lista de cientistas crentes”, e dedica este trabalho “ao seu avô Eugenio Roldán Parrodi, físico, químico e católico convicto. “Sempre que me apresentam o conflito ciência-fé, eu me lembro dele, que era uma prova viva de que tal conflito não existe.”
“Eu cresci em uma família católica, e meus pais, pessoas religiosas, sempre buscaram o desenvolvimento intelectual próprio de pessoas cultas. Na minha casa, tínhamos estantes de livros religiosos e, junto deles, estantes de livros científicos. Eu lia, desde criança, as vidas dos santos, assim como obras sobre as eras geológicas e o sistema solar. Também li versões da Bíblia adaptadas a crianças, bem como livros de Isaac Asimov.
Por isso, foi uma surpresa para mim encontrar, ao chegar à puberdade, pessoas que afirmavam que a ciência e a fé não podiam caminhar juntas, que uma pessoa que estudasse profundamente as ciências naturais não podia, ao mesmo tempo, acreditar em Deus, pois a ciência ‘provava’ que Deus não existe.
Anos depois, sendo universitário, uma conhecida minha, ateia, perguntou-me como eu, estudante de engenharia mecânica, pessoa racional, de pensamento técnico e científico, podia ‘conciliar isso’ com a fé católica, da qual me confessava diante dela como fiel seguidor.
‘Como você pode estudar temas de mecânica, química, matemática, e ao mesmo tempo acreditar na aparição de Nossa Senhora de Guadalupe?’, dizia-me ela. E minha resposta foi muito simples: ‘As ciências precisamente me aproximaram de Deus. Quanto a Nossa Senhora de Guadalupe, estudando-a à luz das ciências de história, teologia e física, encontrei provas da sua aparição e mensagem’.”
Hernández se pergunta: ser cientista é um obstáculo para acreditar em Deus? “Não. Um cientista pode ser tão brilhante em um laboratório como devoto em uma igreja cristã, e é por isso que eu quis fazer este pequeno trabalho de pesquisa, que é precisamente uma lista de cientistas crentes.”
Além disso, para matar nossa curiosidade, ele nos dá a lista de cientistas crentes por países:
42 ingleses, 35 espanhóis, 28 norte-americanos, 21 alemães, 16 italianos, 14 franceses, 8 escoceses, 4 austríacos, 3 persas, 3 mexicanos, 3 poloneses, 3 dinamarqueses, 3 suíços, 3 irlandeses, 2 portugueses, 2 argentinos, 2 paquistaneses, 2 húngaros, 1 japonês, 1 hindu, 1 sueco, 2 croatas, 1 sérvio, 1 venezuelano, 1 belga, 1 ucraniano, 1 turco, 1 boliviano, 1 canadense, 1 holandês e 1 sul-africano.
Todos eles receberam reconhecimentos (Prêmio Nobel, Templeton, Copley etc.) das mais prestigiadas academias científicas.
Hernández nos oferece esta informação sobre um tema tão debatido e que nos faz ver que devemos a Deus tanto a fé quanto a ciência.
Por: Javier Ordovás
Fonte: Aleteia
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