sexta-feira, 26 de junho de 2015

A BELEZA DA VIRGEM MARIA


A Virgem Maria tem inspirado tantos artistas, em todos os países, em todos os tempos: ícones, estátuas, esculturas, pinturas, mosaicos, vitrais, catedrais, poemas, literatura, cantos, óperas, sinfonias, sinos, cinema, filatelia, bandeiras, presépios, santinhos, imagens de comunhão, jóias, medalhas... 

Ela é, sem dúvida alguma, a criatura mais homenageada, em cantos, e a mais glorificada e enaltecida em todas as culturas e em todos os idiomas.


A beleza de Maria? Os Evangelhos não nos dão indícios sobre a beleza da Mãe de Jesus Cristo a não ser a sua extrema humildade e a sua pureza virginal, belezas estas, morais e espirituais. Sobre a sua beleza física, nada, a priori... "Vindo ao mundo, Jesus trazia na fronte os reflexos da beleza da Virgem, sua transparência, a pureza de seu olhar, e eis que então a Virgem se encarregou de cuidar da beleza do Cristo Redentor." 

A beleza de Maria? Inicialmente, trata-se do esplendor absoluto que provém da plenitude da graça que lhe é particular, plenitude que o próprio Arcanjo Gabriel saudou e que tão admiravelmente exprime São Luís Maria Grignon de Montfort, por meio destas palavras: "Deus Pai juntou todas as águas, e chamou-lhes mar; juntou todas as graças, e chamou-lhes Maria." ...(SLMGM 23). Uma plenitude de graças que se inscreve fisicamente na Virgem de Nazaré, tornando-a "mais bela que todas as senhoras que eu conheço", afirmava Bernadette Soubirous, em 1854, ao Comissário Jacquomet, à semelhança de todas as pessoas que tiveram o extraordinário privilégio de ver "a Bela Senhora" (cf. os videntes de La Salette)...

Na realidade, se as Escrituras nada dizem sobre a beleza de Maria, de forma clara e direta, elas a sugerem, indireta e seguidamente. Como salientam os Padres da Igreja, os Doutores e outros exegetas da Bíblia, é, por exemplo, exatamente de Maria, antes de mais nada, que o Livro do "Cântico dos cânticos" fala quando evoca a Bem-Amada:

Como és bela, minha amada, como és bela!...
São pombas teus olhos escondidos sob o véu.
Teu cabelo... um rebanho de cabras
ondulando pelas faldas de Galaad.
Teus dentes... um rebanho tosquiado
subindo após o banho,
cada ovelha com seus gêmeos,
nenhuma delas sem cria.
Teus lábios são fita vermelha,
tua fala melodiosa;
metades de romã são teus seios
mergulhados sob o véu.
Teu pescoço é a torre de Davi,
construída com defesas;
dela pendem mil escudos
e armaduras dos heróis.
Teus seios são dois filhotes,
filhos gêmeos de gazela,
pastando entre açucenas.
És toda bela, minha amada,
e não tens um só defeito!
Roubaste meu coração,
minha irmã, noiva minha,
roubaste meu coração com um só dos teus olhares,
uma volta dos colares.
Que belos são teus amores,
minha irmã, noiva minha;
teus amores são melhores do que o vinho,
mais fino que os outros aromas
é o odor dos teus perfumes.
Teus lábios são favo escorrendo,
ó noiva minha,
tens leite e mel sob a língua,
e o perfume de tuas roupas
é como a fragrância do Líbano.
És jardim fechado, minha irmã, noiva minha,
és jardim fechado, uma fonte lacrada."
(Cântico dos cânticos 4,1-5.7.9-12)

Em todos os domínios da arte, em todas as culturas do universo e em todas as épocas, um número incontável de artistas, célebres ou desconhecidos, atraídos e emocionados por tal esplendor Mariano, tentaram traduzir-lhe a indizível beleza.


Destarte, de Maria, filha de Sião, até a Virgem do México, Nossa Senhora de Guadalupe, ou a de Portugal, Nossa Senhora de Fátima, passando pelas Madonas africanas ou japonesas e pelos ícones eslavos, existem tantos retratos de Maria quanto as raças humanas sob o céu...

Por Dom Nelson Ferreira

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