sábado, 4 de abril de 2015

O OLHAR DE JESUS LEVA O ATOR QUE INTERPRETOU BARRABÁS NO FILME "A PAIXÃO DE CRISTO" DE MEL GIBSON, À CONVERSÃO


Pedro Sarubbi é um homem apaixonado e não tinha medo dos desafios da atuação. Quando ainda adolescente, fugiu de casa e se juntou a uma companhia circense. Assim, seguiu em turnê pelo mundo, acreditando – diz ele – que “em algum lugar poderia preencher aquele vazio espiritual” que o afligia.

Ele tentou, ao entrar no mosteiro de Shaolin na província de Henan (China) para treinar as artes marciais. Mas não estava lá o que procurava. Em seguida, foi para o Tibete, agarrando-se a um voto auto-imposto de silêncio, por seis meses, para alcançar o anelo budista da iluminação. Porém, apesar dos esforços, sua angústia existencial continuava inabalável.

Praticou meditação na Índia e, quase à beira da exaustão, mais tarde permaneceu na Amazônia brasileira, onde aprendeu a falar Português. Em paralelo, entre viagens, ele continuou sua carreira de ator.

Ele tinha 18 anos quando começou a trabalhar no teatro, comerciais e cinema italiano independente. Especializou-se em comédia, mas sempre sentia uma ligeira sensação de fracasso, porque o seu desejo era de dirigir. “Eu me sentia um tigre de Bengala em uma jaula de circo preparado para o show”, diz ele. Hollywood lhe pareceu sorrir quando o chamou para um papel coadjuvante no filme “O Capitão Corelli” (2001), mas o seu momento de glória não apareceu e nem o vazio existencial o deixou.

Identificando-se com Barrabás

Meses depois desse filme, o ator conta que “um dia o telefone tocou com a oferta de colaborar em um filme de Mel Gibson. Nos filmes anteriores sempre tinha desempenhado papeis mais obscuros, então pensei que este seria um outro filme de ação”. Mas o filme narraria a paixão, morte e ressurreição de Jesus. Ficou surpreso. “Nunca imaginei que poderia atuar em um filme sobre a Paixão de Cristo, mesmo porque estava muito longe da Igreja”, lembra ele.

Ele queria encarnar o apóstolo Pedro e não escondeu sua decepção quando Mel Gibson disse que o procurava para interpretar Barrabás. “Na verdade queria atuar como o apóstolo Pedro, não por uma razão espiritual, mas porque pagavam melhor por dia trabalhado e Barrabás aparecia pouco tempo. Então argumentei que eu era uma pessoa famosa e eles não podiam me dar um papel pequeno.” Mas ao final terminou como Barrabás e algo mais aconteceria durante as filmagens, breve, mas crucial para o resto de sua vida.

Poucos dias antes de sua atuação, o ator destaca que teve uma conversa com Mel Gibson, que queria lhe dar mais detalhes sobre o personagem: que Barrabás não era simplesmente um bandido, que pertencia à casta dos “Zelotes”. E acrescentou um detalhe que penetrou profundamente Sarubbi: Barrabás esteve preso por anos, foi torturado e levado ao limite “começou a tornar-se uma besta, que não tem mais palavras. Ele expressa com seus olhos. Por isso eu escolhi você… depois de investigar, você parece encarnar bem esse animal selvagem e, ao mesmo tempo, refugiar no fundo do coração o olhar de um homem bom”, disse Gibson.

O Olhar de Jesus

Poucos dias depois, Sarubbi estava no set, e durante alguns minutos, permaneceu absorvido ao ver o seu colega Jim Caviezel, que interpretou Jesus. Dentre uns poucos minutos iriam gravar a cena em que o povo perdoou a Barrabás e condenou o Messias… e, de repente, Pedro Sarubbi e Barrabás, na alma do ator, eram apenas um. A cena avançava e ele já não mais atuava: vivia, vibrava os acontecimentos em todo seu ser. Por fim, os gritos da multidão tinham alcançado o seu desejo, ele, Barrabás, estava livre! Ele desceu os degraus e seus olhos se encontraram com a ternura infinita dos olhos de Jesus… Foi um grande impacto. Senti como se corresse uma corrente elétrica entre nós. Eu vi o próprio Jesus.

A partir desse momento, o ator italiano diz que tudo em sua vida mudou. Que a paz que, durante anos tinha procurado em dezenas de viagens, havia visitado sua alma. Ao olhar para mim, seus olhos não tinham ódio nem ressentimento contra mim, apenas misericórdia e amor.”

Esta conversão explosiva de Pedro Sarubbi, que conta em seu livro “Da Barabba para Gesù – Convertito dá um sguardo” (De Barrabás a Jesus – Convertido por um olhar), deu início a uma fase da vida em que o dom da fé toca todo o âmbito de sua vida. No final, com uma exegese pessoal da história bíblica, mostra sua gratidão ao personagem Barrabás que, inicialmente, resistiu em encenar: “É o homem que Jesus salvou de ser crucificado. É ele que representa toda a humanidade”.

Trad. Adapt.: Tathiane Locatelli
Fonte: Catholic.net
Via Kerigma

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